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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

SPOILER ALERT! Os indícios que podem arruinar a experiência cinematográfica


Há algo mais frustrante do que antecipar o final de um filme por incompetência alheia? Por vezes não basta evitar amigos linguarudos. Espectadores mais experientes conseguem distinguir elementos que antecipam a resolução da história. Quantas vezes identificaram o assassino antes da própria personagem cometer o crime? Esta especial PróximoNível não se resume à Sétima Arte. Há a sublinhar que a dimensão de “história” é transversal a todas as plataformas de entretenimento, e as técnicas base da narrativa são aplicadas em séries, cinema, livros e videojogos.
Posto isto. Quando surge o spoiler que não arruína a experiência? Há uma espécie de “spoilers axiomáticos” que não causam faísca, fundamentalmente tratam temas públicos (Zero Dark Thirty), dramas inspirados em histórias de domínio comum (Paixão de Cristo) ou simplesmente apelam à tremenda necessidade do ser-humano de sentir felicidade (nomeadamente filmes cujo cartaz garante à partida que o casal apaixonado viverá feliz para sempre).

Porém há spoilers que não são aceites com o ânimo leve. Sobretudo quando ligados às decisões das personagens e/ou à sequência de eventos. Quais são os géneros onde o spoiler é mais dramático? Essencialmente filmes que utilizam as técnicas do suspense e mistério (aperfeiçoadas por Alfred Hitchcock) ou quando o filme prepara uma surpresa. A surpresa pode ser aplicada em casos pontuais para aumentar o mistério ou o suspense, ou como técnica privilegiada na comédia (como estragar uma anedota? Começar pelo fim). Mas a maior surpresa é o famigerado twist, que altera a percepção da história (Fight Club, Suspeitos do Costume, O Sexto Sentido). É o elemento da revelação que o filme não deve comprometer antes do momento pretendido.
Aqui está um top, sem qualquer hierarquia, dos spoilers que podem arruinar a experiencia cinematográfica. (Excluindo os trailers. Apesar do intuito de cativar o espectador, às vezes resumem o filme em dois minutos. Não é senhor Ang Lee? E o maldito trailer de A Vida de Pi).
O cliché
Não é segredo, a maioria dos filmes aplica um sistema denominado: estrutura clássica. E existem vários elementos transversais a todas as histórias: arquétipos, a jornada do herói, o chamamento para o desconhecido, plot point… Esta receita é tão evidente que podemos fazer o seguinte paralelismo: Harry Potter e Luke Skywalker. Apesar de pertencerem a galáxias diferentes ambos foram adoptados pelos tios; os companheiros de aventuras são Hermione e Ron, e C-3PO e R2-D2 que correspondem aos arquétipos da razão e da emoção; Dumbledore e Obi-Wan como arquétipo do mentor… (Agora façam o exercício com Frodo na caixa de comentário).
Quando o filme utiliza fórmulas sem elementos novos, pode banalizar a experiência e antecipar o desenlace. Admitindo que por vezes é impossível evitar a fórmula clássica, como tornar o filme interessante? Introduzir bons dilemas, que obrigam a escolhas determinadas pelo crescimento interior da personagem. Mesmo que consigam antecipar a escolha, sentimo-nos recompensados porque estabelecemos uma relação empática com a personagem. Exemplo: The Dark Knight. Não houve ninguém que não tivesse gostado do filme de Christopher Nolan e da personagem do Joker. Apesar de ser mais ou menos evidente o fio condutor, estabelecemos uma relação empática com as personagens por mérito do vilão, que lança dilemas, obrigando as personagens a revelar a verdadeira natureza em situações de limite.

Má preparação ou set-up
Um dos maiores spoilers num filme é a má apresentação de elementos que vão ter influência no desfecho da história. A apresentação desses elementos é fundamental, porque o espectador necessita de ter conhecimento da existência dos mesmos para aceitar o respectivo pay-off/retribuição. Caso sejam apresentados sem preparação prévia, podem provocar estranheza, confusão ou coincidência. Três elementos inimigos de uma boa narrativa.
Exemplo de uma má preparação: no filme Speed, na cena de perseguição no metro, Keanu Reeves e Dennis Hopper estão em cima da carruagem do metropolitano, eis quando surge uma lâmpada presa ao tecto a alta velocidade, promovida pela deslocação do metropolitano, obrigando-os a evitar o impacto. Este acontecimento implica que há mais lâmpadas no caminho. e seguramente algo irá acontecer envolvendo uma das lâmpadas. Resultado: Dennis Hopper é apanhado em cheio com uma lâmpada quando cantava vitória.
O ideal é preparar o espectador para o acontecimento embutindo o set-up de forma subtil, quiçá, camuflado na acção. Bom exemplo de set-up: Condenados de Shawshank. O climax foi meticulosamente ocultado, com a preparação misturada na acção. E de repente um bom filme, tornou-se numa obra-prima.

Caracterização das personagens. Produção e banda Sonora
A banda sonora pode ocultar ou antecipar os acontecimentos ou identificar quem é o vilão. Para experimentar um filme de terror com spoilers, basta ver o filme sem volume. Perdendo a intensidade da banda sonora a surpresa deixa de ter impacto.
Mas o maior problema está com a anunciação apoteótica dos vilões, sobretudo pela caracterização. Exemplos: Novelas e filmes portugueses ou filmes para crianças. Basta ver cinco minutos de uma novela qualquer para saber quem são os bons e os maus da fita, a crítica não vai para os nossos argumentistas, mas para a deprimente caracterização, banda sonora e actores que fazem questão de distinguir as intenções das personagens. O mesmo aplica-se a filmes infantis, como Ella Encantada ou Enchanted. É insultuoso para com o público (infantil ou não) pressupor que não é capaz de distinguir o vilão e o herói.
Bons actores em personagens secundárias
Muitas vezes o casting indicia imediatamente o que vai acontecer. Quando não sabemos quem é o assassino, basta identificar entre o lote de suspeitos, qual é o actor mais conceituado, capaz de aguentar uma cena final. Exemplo: Ewan McGregor em Anjos e Demónios e Stellan Skarsgård em The Girl With The Dragon Tatoo.

A Realização
A realização é o elemento chave do filme. Apesar de todos os elementos identificados nos tópicos anteriores estarem relacionados com a realização, há questões visuais que podem precipitar o spoiler. Um simples contrapicado pode transmitir poder, um picado poderá ser interpretado como fragilidade… são técnicas que exacerbam posturas e estados de espirito que pronunciam acontecimentos e relações. Quando os enquadramentos e a direcção de fotografia privilegia uma personagem, situação, objecto ou cenário em detrimento de outros, podemos identificar o potencial spoiler. Exemplo: insert (muito grande plano de um objecto) do aparelho de respiração aquática no filme Sherlock Holmes: A Game of Shadows. O pecado não foi cometido pelo guião, mas pela opção de Guy Ritchie de disparar o utensilio para os nossos olhos, adiantando que haveria uma cena que iria envolver potencial afogamento.

Felizmente emergem filmes com narrativas originais, twists surpreendentes, técnicas pioneiras de narrativa, intenções camufladas em acção e decisões que mantêm o desfecho da história incógnito até ao climax do filme. Um grande bem-haja para os responsáveis de filmes como Saw, Memento, Cloud Atlas e Sete Pecados Mortais.
Há algum spoiler que não tenha sido identificado? Qual foi o filme que mais vos surpreendeu? Está aberto o debate.

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